Por que é que a Administração Pública insiste em promover concursos públicos de design destinados a qualquer um, ou na melhor das hipóteses a estudantes e recém licenciados em design, em vez de contratar serviços profissionais?
Parece que todos, num dado momento, acabamos por ceder à tentação de opinar sobre uma área profissional que não é a nossa. Receitar medicamentos à vizinha, dar ideias para a casa de um irmão, contestar a decisão do juiz num caso polémico, e (porque não?) submeter uma ideia para um selo...
Opinar, ter sentido crítico, sugerir, são qualidades desejáveis, mas todos entendemos que quanto mais se domina uma matéria, mais evidente se torna a complexidade das soluções aos problemas que lhe são levantados.
Por exemplo, quando alguém receita com displicência um anti-inflamatório a uma pessoa com dores no corpo, será que se lembra que esta pode ser alérgica, que pode sofrer de problemas gástricos e necessitaria assim de um protector do estômago, que pode estar a tomar outros medicamentos que com ele interajam, ou que pode estar apenas a mascarar os sintomas de algo mais grave?
Não é por espírito corporativo que critico as instituições públicas por lançarem concursos de design a torto e a direito e abertos à participação de qualquer um.
Parece-me apenas que, agindo assim, dão um sinal contrário ao do governo que anuncia pretender posicionar Portugal pela competitividade e profissionalismo.
MO
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